Observação, paciência e estímulo à autonomia. É a partir dessas três linhas de trabalho, principalmente, que as professoras Bárbara Letícia da Luz e Carla Regina Scheibler Theisen desenvolvem o trabalho com os 36 estudantes da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Santo Antônio de Pádua (SAP) que têm laudo médico e necessitam de acompanhamento na Sala de Recursos Multifuncional.

Maior instituição da rede municipal, a SAP é a única com um espaço físico destinado para esses atendimentos. Na escola, praticamente todos os laudos médicos são para atraso cognitivo com deficiência intelectual. Do total de alunos que realizam essas atividades, 25 estão nos anos iniciais do Ensino Fundamental, 10 nos anos finais e um na Educação Infantil.

Os estudantes que recebem indicação para ter esse atendimento frequentam a sala de recursos, pelo menos, uma vez por semana. O tempo de atendimento varia de 45 minutos a uma hora. “Por eles geralmente já terem dificuldade de aprendizagem é um trabalho lento, de formiguinha”, relata Bárbara. Nesse sentido, a diretora pedagógica da Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Desporto, Simone Silberschlag, ressalta a importância de valorizar os resultados alcançados por cada um.

“Cada pequena conquista precisa ser comemorada, para motivar a criança e o profissional. É um processo de construção. Se ele não construir, não vai conseguir dar continuidade”, destaca.

Estratégias

A sondagem inicial sobre o que cada aluno consegue fazer sozinho é muito importante para dar início à caminhada de construção da aprendizagem. Além disso, Bárbara busca trocar informações com os professores que estão com os alunos em sala de aula e participa dos conselhos de classe para ouvir mais sobre o desempenho de cada um.

Ainda na rede municipal há mais quatro estudantes com laudos médicos para deficiência intelectual e Síndrome de Down, na Emef Ireno Bohn, e três na Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Vó Olga, sendo dois autistas e uma criança com Transtorno Opositivo Desafiador (TOD). No caso da Ireno Bohn, os estudantes são atendidos na Sala de Recursos do Colégio Estadual Poncho Verde, que também está localizada no Centro.

Em Mato Leitão, os estudantes também contam com uma rede de apoio formada por multiprofissionais, para os quais eles são encaminhados conforme solicitação médica. Ela é formada por duas psicólogas – uma educacional e a outra para atendimentos clínicos -, neuropsicopedagoga e fonoaudióloga.

Além disso, quando há indicação no laudo, os alunos também contam com monitores de apoio pedagógico, que permanecem com eles em sala de aula para auxiliar na realização de atividades e provas. Hoje, há 10 profissionais trabalhando na rede municipal para essa finalidade.

Para a diretora pedagógica, Simone Silberschlag, o caminho para auxiliar esses estudantes na aprendizagem é capacitar os profissionais e equipar as escolas para oferecer um atendimento de qualidade, focado no desenvolvimento integral deles. “Precisamos instrumentalizar as pessoas para que a criança consiga receber o que ela precisa”, ressalta.

Laboratório de aprendizagem

  • Outra frente de trabalho que vem sendo desenvolvida nas escolas da rede municipal é o Laboratório de Aprendizagem. Esse espaço é desenvolvido em cada escola e tem como objetivo fortalecer conteúdos que os estudantes apresentam dificuldades, em especial, por causa do período de aulas remotas durante a pandemia da Covid-19.

No momento, cinco professores estão envolvidos com essas atividades e eles participam de uma assessoria pedagógica oferecida pela Secretaria de Educação uma vez por mês, na qual são trabalhados diversos conteúdos e assuntos com a participação de profissionais qualificados dessas áreas.

Fonte: Folha de Mato Leitão