E mais um mês terminou com pouca chuva em Mato Leitão. O volume não chegou a 50 milímetros conforme levantamento realizado pelo agricultor Odemir Guterres de Carvalho, 65 anos. Desde a década de 70 ele acompanha as precipitações em sua propriedade na Vila Santo Antônio.

“Um mês bom de chuva (com equilíbrio) precisa ter 180 milímetros. É o ideal para as plantas. Até agora, neste ano, isso ainda não aconteceu”, disse. Ao consultar suas planilhas Odemir destaca que o último mês com chuva dentro deste patamar foi novembro, 187 milímetros. “Depois disso começou a faltar e muito. Após 10 dias sem chuva a planta já sente a falta de umidade”, afirmou o agricultor que perdeu cerca de 30% da produção de milho.

Observando os dados ao longo dos anos Odemir acredita que a atual estiagem faz parte de um ciclo. “Alguns institutos até alertaram sobre isso. Mais ou menos a cada 7 anos isso acontece. A última ocorreu entre 2011 e 2012. Antes disso foi em 2004 quando em dois meses choveu só 2 milímetros”, destacou.

Odemir anota todos os dados

Com o pluviômetro (medição da quantidade de chuva) instalado no pátio de sua casa Odemir registra dados desde a década de 70. “Tudo começou por curiosidade. O tempo é sempre assunto nas rodas de conversa de amigos e todo mundo quer saber quanto choveu. Ganhei o primeiro aparelho do falecido Luís da Rosa ”, lembrou. Nos primeiros anos as anotações foram realizadas em calendários e, a partir de 2002, em planilhas específicas.

O levantamento é completo com registros mês a mês, com a quantidade de chuva em seu respectivo dia e o total de milímetros a cada ano. “Deixo tudo guardado. O levantamento já ajudou em pesquisas de alunos e para relatórios oficiais do Município (decreto de emergência). Vou continuar. Já virou rotina”, afirmou. Além de acompanhar as precipitações de chuva o levantamento registra ainda as fortes geadas. No ano passado, por exemplo, o fenômeno ocorreu em julho e agosto.

2º SEMESTRE

A chuva foi muito irregular nos últimos seis meses de 2019. Em junho, agosto, setembro e dezembro o índice não chegou a 100 milímetros mensais. Já em julho e outubro choveu demais. Levantamento: junho com 37; julho 224 milímetros; agosto 75; setembro 78; outubro marcou 430; novembro 187 e dezembro apenas 40.

CHUVA

– 2016: 1.942 milímetros

– 2017: 2.180

– 2018; 1.879

– 2019: 1.943

2020

– janeiro: 120 milímetros

– fevereiro: 65

– março: 13

– abril: 42 (dias 6, 14, 27 e 28)