A chuva da última terça-feira (14) até trouxe um pouco de alívio especialmente para os agricultores. São mais de 60 dias com precipitações abaixo do esperado e o resultado é inevitável: perdas no setor primário. Em Mato Leitão, a produção de milho (grãos) acumula perdas de até 50%.
Os técnicos da Emater/Ascar acompanham a situação de perto. “Desde 25 de novembro já acionamos o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) para 30 agricultores. Em alguns casos a perda no milho chega a 70%”, afirmou o chefe do escritório local da Emater/Ascar, Claudiomiro da Silva de Oliveira.

A produção de milho (grão) envolve cerca de 1,5 mil hectares e tinha como expectativa alcançar até 160 sacos/hectare. Com a falta de chuva a previsão atual é de apenas 70 sacos por hectare. “Faltou aquela chuva no final de outubro e início de novembro. Aqueles 50 milímetros teriam feito toda a diferença para quem previa uma safra cheia”, disse Oliveira.
No caso do milho para silagem, as perdas devem alcançar 30% em cerca de 900 hectares. Se antes da estiagem a produção esperada era de 28 toneladas/hectare agora não deve passar de 22 toneladas. “A qualidade está comprometida e muitos agricultores anteciparam a produção para evitar mais perdas. Isso sem falar no custo dos insumos que aumentou demais”, ressalta o técnico. Em Mato Leitão são mais de 200 agricultores que investem em lavouras de milho.
Problemas também no cultivo da soja que está com o plantio atrasado. “Acredito que 90% da soja já está no solo em aproximadamente 700 hectares. Até a floração das plantas ainda é possível recuperar. O clima precisa ajudar a partir de agora, caso contrário a situação se complica”, destaca.

LEITE
A produção de leite igualmente registra perdas. A falta de chuva (pastagens) e altas temperaturas prejudicam o gado leiteiro, principal atividade para cerca de 70 agricultores com um rebanho de aproximadamente 1,1 mil animais. A produção mensal de leite gira em torno de 580 mil em Mato Leitão.
ALERTA
A Secretaria Municipal da Agricultura e Meio Ambiente também acompanha a evolução do problema. O secretário João Carlos Machry informa que ainda não ocorreram registros de falta de água para animais. “Por enquanto apenas alguns serviços de rotina para limpar e melhorar reservatórios de água. O problema é com o milho que está na lavoura. A produção de silagem foi antecipada e o que estava destinado para grãos terá muita quebra”, disse.

CHUVA 2021 (informações de Odemir Guterres de Carvalho, Santo Antônio)
– janeiro: 212 milímetros
– fevereiro: 154
– março: 153
– abril: 06
– maio: 135
– junho: 160
– julho: 41
– agosto: 81
– setembro: 221
– outubro: 145
– novembro: 42
– dezembro: 14 milímetros até agora